quinta-feira, 7 de julho de 2011

AnaLógica


fotografia cedida por Ana Lógica
 edição de Ana Lógica

É estranho o mundo que me surge em frente. Mas, mais estranha é a lógica por detrás da lente. Uma verdade abstracta envolve os dois. Concentro-me, lá, ali, bem no fundo de mim mesma, e imprimo a realidade que me cerca. Acaricio-a gentilmente.

Tacteio a sua superfície, absorvo lentamente a sua irregular regularidade, inalo a subtilidade do seu odor e provo o seu agridoce paladar. Foco-a atentamente, aspiro a sua alma.
E é nesse lugar desconhecido, distante e incompreensível. É nesse oculto laboratório vermelho de mim mesma, que, movimento a movimento o tempo se vai desvanecendo. Fundo-me com a essência que absorvi e fluo num fluxo fluido de conexões. Transformo-a, transfiguro-a, junto-lhe um pouco de mim e ela dá-me um pouco de si. Somos as duas mais um pouco, sem nunca deixarmos de nos ser.
Agora, a Analógica máquina projecta-a, projectando-me, progressivamente e instantaneamente num flash.
texpo de Mário Silva 



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