sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Danos colaterais

Este está optimista,
Este foi ao pântano,
Este olha para baixo,
O pequeno foi para casa,
Este ficou incerto.
Cheiros se revoltam ao longo do meu… de mim. Paro, não vejo. O cinzento encobre. Tudo é o mesmo. Só uma rua cheira de dejectos.
Sombras colam-se aos prédios, nos seus muros, nas suas portas, nos seus passeios. Confundem-se. Confundem-me. Iludem-se que não estão. Fingimos que não são.
À parte de algo à parte.
Piso em merda, cheiro a merda, enjoa-me a urina que escorre para o esgoto. Ao lado comem, ao lado… sofrem, ao lado morrem…
A podridão cresce e apodrece, e eu esqueço. Lavo-me, perfumo-me, distraio-me, a urina está cá, só não me cheiro.
Este está optimista,
Este foi ao pântano,
Este olha para baixo,
O pequeno foi para casa,
Este, encosta-se a um beco…


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